Estava já em preparativos para a travessia Piombino-Córsega (cerca de 90 km) em kayak, prevista para Junho, seguida de um trekking de uns 15 dias no GR20 da ilha gaulesa. Mas a 10 de Abril, a uma semana do final da temporada de ski em Sierra Nevada, tive uma queda numa pista de ski-cross e lixei o joelho direito por muito tempo... A fase de recuperação vai durar! Os treinos em ginásio e montanha e os programas de primavera-verão (travessia em kayak para a Córsega e trekking; ascenção ao Triglav na Eslovénia e, provávelmente, a expedição com esquis ao Cho Oyu, nos Himalaias, para Setembro) ficam para as calendas...
A propósito de um novo ensaio que comecei a escrever, tentei recordar os episódios que mais fortemente me ficaram gravados na retina e que me vêem de imediato à memória quando penso em experiências positivas. São outro tipo de aventuras, que pouco têm que ver com esforço físico …
Algumas, são referidas em ‘Os novos exploradores e a aventura dos sentidos’, a propósito de ‘Maravilhas do Mundo’, onde apresento 10 experiências pessoais que considerei interessantes e marcantes, ‘diferentes do habitual’, resultantes do contacto com a natureza e culturas de outros cantos da Terra: «Onde é que nos pode suceder ter uma bela loira a passear-nos numa bicicleta (literalmente – já que eu ia pendurado atrás) pelos caminhos de uma vila tipica ou, chegar dos 2 aos 2.000 metros de altitude em meia hora? Vivi-o em Alkmaar, Holanda (1990) e em Tenerife (2002), respectivamente… Poderia mencionar outros momentos, como os vividos com: a travessia da Europa central em moto (1990); a volta a conta-relógio à ilha de Ibiza (1991); a travessia da Floresta Negra em bicicleta ou a Oktoberfest de Munique (1993); as efusivas largadas de touros nas festas de San Fermin, em Pamplona (1995); o fim de ano nas dunas do Erg Chebi - deserto a sul de Marrocos (2001); a descida do vulcão Villarica, Chile, em tobogan (2003); a ascenção e pernoita no vulcão do Pico, depois da travessia em kayak desde a ilha do Faial, Açores (2003); o contacto com o povo Cuna nas ilhas de San Blás (Panamá), nadando e cirandando num kayuko entre as várias ilhotas (2004); ou a travessia das montanhas de Andorra a pé – cerca de 100 km (2008) …. Mas os mais especiais, pelo seu simbolismo, foram os que resultaram de: subida da mítica montanha Kilimanjaro, na Tanzania, seguida de emocionante safari nos parques de Ngorongoro e Serengueti (Dez.97); mergulho com raias nos baixíos ao largo da ilha Gran Cayman, Caraíbas (Abr.04); pôr-do-sol visto das esplanadas de Fira, no alto da falésia (parte do cone do antigo vulcão), na ilha de Santorini, Grécia (Mai.04); passeio nas ruelas e canais de Veneza – para perceber o dito popular “see Venice and die …” (Mai.04); a adrenalina do sky diving sobre a tranquilidade do ‘acolchoado’ de dunas do deserto da Namibia, em Swakopmund, e o sandboard na Duna 45, uma das mais altas do mundo (Set.04); subida da montanha Table Mountain (1.088m), para contemplar a Cidade do Cabo, o Cabo da Boa Esperança e o oceano, África do Sul (Set.04); mergulho (scuba) com tubarões (limão e white tip) e tartarugas verde, nas límpidas águas de Moorea – frondosa ilha de sonho, na Polinésia francesa (Ago.04); travessia dos Andes, a norte da Patagónia – subindo a vulcões, banhando-me em termas naturais e percorrendo a rota dos 7 lagos (Jan.05); observação de baleias, orcas e leões marinhos, junto aos glaciares de Seward, Alasca (EUA) – além de inesperados encontros com ursos negros, alces e raposas vermelhas, em Denali (Jun.08); jantar o típico fondue de queijo num chalet suiço de montanha, seguido de divertida descida de vários kms em trenó de neve (com pausas para beber ‘Glüwein’), na sombra dos cumes Eiger e Jungfrau (Jan.09).
(Fotos: 1= povo Cuna, ilhas San Blás; 2= raias, ilha G.Cayman; 3= Santorini, Grécia ; 4= Lago Escondido, Andes)
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