sexta-feira, 16 de junho de 2017

Greenland crossing 2017 (and Iceland)

         English
The trip began with a connection flight in Copenhagen, where a quick (and silly?) drive of almost 300 km took me to the highest point of Denmark: the Møllehøj with just 170,86 meters (173 m. if you climb a tower nearby).
The arrival at Kangerlussuaq was amazing, because it is such a small and simple village. Before meeting all the team (which reveal to be a luxury one with such characters as one Polish that climbed all the 14 eight thousand peaks; a German marathon man that ran around the world and was now starting the North to South Pole run; another German guy that had skied to the South Pole; a British that walked the length of his country in 2 months; and an Irish that snowboarded on the most exotic mountains on Earth) I gathered the guides to arrange and adapt the equipment (pulkas, tents, stoves…). Than I had time to walk up to the plateau for great views (finding rain dears, or caribous, and fluffy white fur balls that were polar rabbits after all).
The expedition itself started on the 9th May, by carrying the pulkas (sledges) on our shoulders from the gravel road end, where the huge bus left us, to the glacier itself (having to jump over a few ‘glacier water lines’). The next 23 days (24 if counting with one resting day at the old American radio station DYE 2 Rave, abandoned since 1989) reveal to be a tough but wonderful experience.
After an exciting start, monotony took place and even made me think about the senseless of such a long crossing (after all, the most interesting days were the 4 or 5 first ones because of the element surprise for such landscape, and the arrival at DYE2, which one could see from a 10 km distance). A shorter trip could also provide such views and emotions. But I was wrong! During that monotony – represented by a slow ascent, almost imperceptible, towards the summit at 2.500 meters (the plateau is actually almost 100 km long) – I had a hard time getting into myself and finding that creativity that pops up when one is absorbed midst of such a powerful environment, possibly because there was someone very noisy in the group. In the great outdoors one learns to respect nature's silence and noises. Anyway, after the summit we started going down, and recovered energies, and sighted some bear tracks (and that same person got a little quieter since after), daily average of skiing progress improved significantly, and we even started to have fun by skiing downhill. And then it all happened: creativity boost, fun, happiness, we could sense the East coast and the goal. And on the last day, thrilling fun, fast descents, amazing landscape, ocean and icebergs, good emotions, energy recover… and the reason for it all!
The group could not give a name to the expedition until the very end: ‘Somebody-forgot-to-tell-me-to-bring-my-swimming-suit Greenland Expedition’ was rejected and the real name became the 'Lost PENGUINs Greenland Crossing 2017 Expedition' (P for Portugal and Poland, ENG for England, I for Ireland and N for Norway). Thank you guides and the fantastic team.
Then came Iceland: amazing waterfalls, but most of all (my purpose) to climb the highest of the country for my ‘highest point of each country of Europe’ project – the tricky and insidious (and unpronounceable), cold, humid, foggy, and full of crevasses, Hvannadalshnúkur (2.110 m).
Tourism in Iceland is a paradox: it has no timings! The sun barely goes down but there is still natural light enough. I saw people playing golf at 11 o’clock in the evening and visiting the Kerid crater after that hour.
The land is green, very green, nothing like Greenland, but with the right name for Greenland. In conclusion: you won’t find any green in Greenland (only ice) and you’ll find a lot of green in Iceland (and also plenty of ice), and it looks the names were changed by mistake (actually the pioneer Vikings made it like that to attract people to colonize the islands).
A long trip (40 days) in short words: 7 flights (2 by helicopter), 570 km walking on snow/skiing on the Greenland ice cap, 3 countries (Denmark, Greenland, Iceland), 8 islands (3 in Denmark, 4 in Greenland), 1 lake (Vifilsstadavatn), 2 summits (Seamens mount and Hvannadalshnúkur), 2 rented cars (1600 km), a few amazing waterfalls… Everything so that something could go wrong. Oh, and more than 1500 photos and 220 videos, and inspiration for 2 new novels! Prepare for some breathtaking photos, next!

Português
A viagem começou com um voo de ligação em Copenhaga, onde uma célere (e tonta?) deslocação de quase 300 km em automóvel me levou ao ponto mais alto da Dinamarca: o Møllehøj com apenas 170,86 metros (173 m. se subirmos a uma torre próxima).
A chegada a Kangerlussuaq foi surpreendente, por ser uma aldeia tão pequena, simples e remota. Antes de conhecer o grupo (que revelou ser de luxo com personagens como um polaco que escalou os 14 cumes de oito mil metros; um alemão que correu à volta do mundo e estava a correr agora entre o Polo Norte e o Polo Sul; outro alemão que tinha chegado em esquis ao Polo Sul; um britânico que caminhou a longitude do seu país em 2 meses; e um irlandês que tinha esquiado nas montanhas mais exóticas do mundo), juntei-me com os guias para arranjar e adaptar algum material da expedição (pulkas, tendas, fogões…). Depois tive tempo para subir até ao planalto para desfrutar das largas vistas e encontrar caribus, e pequenas bolas de pelo branco fofinho que eram afinal coelhos polares.
A expedição propriamente dita teve início no dia 9 de Maio, a carregar os trenós a ombros desde o fim do caminho de terra, onde o autocarro com rodas de tractor nos deixara, até ao glaciar (tendo que saltar sobre algumas linhas de água de forte corrente provocadas pelo derretimento do gelo). Os seguintes 23 dias (24 contando com um dia de descanso na velha e abandonada, desde 1989, estação de rádio norte-americana, DYE 2 Raven) revelaram ser uma dura e bela experiência.
Após um excitante início, a monotonia tomou conta da paisagem e do estado de espírito e até me fez ponderar sobre o sentido de tão longa travessia (afinal, os dias mais interessantes foram os primeiros 4 ou 5, devido à novidade de tal paisagem, e a chegada a DYE2, a qual podia ser observada desde 10 km de distância). Uma viagem mais curta poderia produzir as mesmas paisagens e emoções. Mas estava enganado! Durante aquela monotonia – representada pela lenta subida, quase imperceptível, até ao ‘summit’, a 2.500 metros (o plateau do cume tem na verdade uns 100 km de largura) – tive dificuldade em centrar-me em pensamentos que provocassem a tal criatividade que surge quando estamos absorvidos pelo poder de um ambiente tão envolvente, possivelmente porque havia alguém muito barulhento no grupo, que requeria atenções externas. Na natureza aprendemos a respeitar os seus silêncios e os seus ruídos. Alguns combatiam a monotonia com música enfiada nos ouvidos, mas para mim, estar lá, não é estimular apenas um sentido (o da audição), mas é sim estar com todos os sentidos alerta (não apenas um), é estar com o aborrecimento, com o cansaço, as dores, os sentimentos, as emoções, as pequenas alegrias e as contrariedades… Mas depois do ‘summit’, começámos a descer, e recuperámos energias, e avistámos pegadas de urso (e aquela mesma pessoa ficou um bocadinho mais ‘calma’ depois disso), a média diária do progresso em esqui aumentou significativamente, e até começámos a divertir-nos com as descidas em ski. E então tudo aconteceu: explosão de criatividade, divertimento, alegria, pressentimento da costa Este e do objectivo final. E no último dia, diversão a valer, descidas rápidas, paisagem incrível, oceano e icebergs, boas emoções, energia renovada… e a razão para tudo aquilo!
O grupo não encontrou nome para a expedição até ao final: ‘Ninguém-me-disse-para-trazer-o-fato-de-banho Greenland Expedition’ foi rejeitado e o verdadeiro nome tornou-se 'Lost PENGUINs Greenland Crossing 2017 Expedition' (P para Portugal e Polónia, ENG para Inglaterra, I para Irlanda e N para Noruega). Obrigado guias e fantástico grupo.
Depois veio a Islândia: incríveis cascatas, mas sobretudo (o meu objectivo) a escalada da montanha mais alta do país, para o meu projecto ‘Cumes da Europa’ – a traiçoeira (e impronunciável), fria, húmida, com neblina, e cheia de gretas/crevasses, Hvannadalshnúkur (2.110 m.). A meio caminho passei a 'cavalaria' (ficaram chocados por eu ir solo); no plateau a 1800 metros enfrentei um absoluto white out; a poucos metros do cume esquivei um par de gretas...
O turismo na Islândia é um paradoxo. Não tem horas! O sol mal se põe mas continua a haver luz natural. Vi pessoas a jogar golf às 11 da noite e a visitar a cratera do vulcão Kerid para lá dessa hora. A ilha é verde, muito verde, nada como a Groenlândia, mas com o nome certo para a Groenlândia. Em conclusão: não encontrarás nenhum verde na Groenlândia (significa Terra Verde), só gelo, e encontrarás muito verde nas Islândia (Terra de gelo), ainda que também gelo, e parece que os nomes estão trocados por algum erro (na verdade, os Vikings chamaram Terra Verde à Groenlândia para atrair colonos para a ilha)!
Uma longa viagem (40 dias) em curtas palavras: 7 voos (2 em helicóptero), 570 km cominhando/esquiando na calote polar da Groenlândia, 3 países visitados (Dinamarca, Groenlândia, Islândia), 8 ilhas (3 na Dinamarca, 4 na Groenlândia), 1 lago (Vifilsstadavatn), 2 cumes (Seamens mount e Hvannadalshnúkur), 2 rent-a-car (1600 km), algumas cascatas incríveis… Tudo para algo correr mal mas... nem por isso! Ah, e mais de 1500 fotos e 220 vídeos, e inspiração para 2 novos livros! Prepara-te para algumas imagens de cortar a respiração, a seguir!

Video full version / Video versão completa (10'5''): https://youtu.be/i7Zszrpe6uQ 






































That´s not all folks !!!

Now some photos of Iceland / Agora algumas fotos da Islândia...