segunda-feira, 18 de junho de 2012

Esquiar a 8 mil metros e remar no Atlântico…


No meu próximo livro, ‘Horizonte Branco – reflexões da montanha’, conto fases da passagem pelo Cho Oyu, a montanha de 8 mil metros da qual desci a esquiar. Aqui recordo um trecho sobre uma ‘Semana Diabólica na montanha’: “dia 18Set. Tremor de terra (mata 15 no norte da Índia, o local do epicentro, e 5 em Kathmandu), seguido de avalanche perto do ABC; 22Set. Todo o acampamento desperta com tosse; 24Set. Avalanche chega a 10 metros do C2; notícia de 3 mortos em avalanche noutra montanha; 25Set. Morre um checo junto ao serac – fica 3 dias lá exposto; queda de avião turístico em Katmandu mata 19; 26Set. Desiste o 3º italiano; maior nevão, paralisa tudo; 27Set. Morre alemão soterrado na tenda; chegam de C1 várias pessoas com frostbite e outras afecções; 1Out. Rocei o cume e desci em esquis (curto vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=kRUM1xx18-s), com princípios de congelações nos pés”.

A ligação entre os dois projectos é que o primeiro, além de pretender analisar a redução de glaciares dos Himalaias (http://glacierwatch.blogspot.com), pretendia canalizar atenções para o seguinte... entretanto, a meio da preparação para a travessia do Atlântico, fui subir o Almansor (Serra de Gredos): junto com o Nuno, cheguei ao cume de 2.592m sem problemas. Agora, de novo me ocupa a travessia oceânica a remos: aumentam as desigualdades; aumenta a diferença entre ricos e pobres; aumenta o desemprego; aumenta a criminalidade; aumenta o consumo de recursos naturais; aumenta a degradação ambiental… Quando tudo isto aumenta na nossa sociedade, não é difícil augurar um futuro complicado para todos. Tal como não é difícil suspeitar que todos estes problemas têm uma origem comum… A mensagem a transmitir com a travessia do Paraguaçú pretende alertar para a necessidade de um maior controle das duas últimas variáveis elencadas (seguir em http://travessiaoceanica.blogspot.com).