quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Aventura ao Máximo - errata

Serve este 'post' para repôr alguns cortes feitos pelo editor ao original de 'Aventura ao Máximo' e corrigir alterações feitas, erradamente (refiro-me a erros mais flagrantes detectados).
Omissões:
Pág. 17 – referência de rodapé: “Thomas Fuller (1610-1661), clérigo e escritor britânico”
Pág. 19 – onde se lê: os 3 elementos: terra, água e ar -, bem como de algumas competições; deve ler-se “os 3 elementos: terra, água e ar -, bem como de algumas das provas competitivas que as proporcionam” (as aventuras).
Pág. 60 – onde se lê: Nos primeiros anos do século XXI, surgiu uma nova realidade: o turismo espacial apoiado em alta tecnologia; deve ler-se: “Os primeiros anos do século XXI viram um turismo apoiado em alta tecnologia chegar ao espaço, e abrir novas fronteiras à exploração”.
Pág. 63 – onde se lê: “… ainda que o engenho e as capacidades de resistência e perseverança fossem também postas à prova”; o parágrafo termina com a frase: “Os objectivos eram do tipo: atravessar África por primeira vez, chegar aos Polos pela primeira vez, chegar ao cume de montanhas por primeira vez …”
Pág. 64 – onde se lê: atravessar um oceano de uma forma mais ousada ou ser mais rápido; deve lêr-se: “atravessar um oceano de uma forma mais ousada; chegar mais rápido, descer de um modo diferente, etc (veja-se exemplo do Cervino, na pág. 191)” – nos dias de hoje o Cervino foi ascendido em menos de duas horas e descido de ski.
Nota de rodapé da pág. 191: * apenas em 1931, pelos irmãos Schmid, foi ascendida a sua face norte – um dos 3 ‘problemas’ dos Alpes, além do Eiger e Grandes Jorasses; em 1965, o italiano Walter Bonatti encerrou a sua carreira com a escalada em solitário, por uma nova via e no Inverno, em 5 dias; em 1985, Christophe Profit, fê-lo em 4 horas, reduzindo a face norte do Cervino ao grau de ‘aquecimento’, antes de seguir para o Eiger e G. Jorasses, que completou em 24 horas – depois, reeditou a proeza durante o Inverno, mas em 48 horas; mais informação sobre a diversidade com que se utiliza a imagem do Cervino em http://www.cervintopmodel.com/
Pág. 64 – onde se lê: e, se algo corre mal, há um mais rápido acesso a meios de socorro e técnicas de resgate; estava: “e se algo corre mal, existe ainda um mais rápido acesso a meios de socorro e técnicas de resgate, que deixam de lado a velhinha alternativa de acudir a São Cristóvão, o padroeiro dos viajantes. Resumindo a ideia de Vázquez-Figueroa, o que mais custa realmente, é dar o primeiro passo”.
Pág. 64 – onde se lê: projectos de viagens e expedições de assinalável dificuldade. Antes de referi-los, eis um resumo de algumas histórias curisosas de estrangeiros, façanhas e vidas dedicadas à aventura; deveria estar: “projectos de viagens e expedições de assinalável dificuldade (no capítulo 6) … Antes deles, no entanto, fica um resumo de algumas histórias curisosas, bem como de façanhas e de vidas dedicadas à aventura, por parte de não portugueses”. As páginas 65 e 66 sofreram muitas pequenas alterações, mas a mais significativa é a omissão de alguns exemplos (entre eles os do desporto profissional, cujos protagonistas, por vezes, se transformam nos ‘novos exploradores’). Onde se lê: Para não tornar demasiado extensa a enumeração …; estava: “Para não tornar demasiado exaustiva a pesquisa e análise deste tipo de histórias, deixo de lado estes casos e também outros igualmente muito interessantes, que não cabem no objecto deste livro, como seriam os feitos a nível do desporto profissional e outros recordes curiosos. Muito sucintamente e a título de curiosiade, refiro como exemplo: (…)”
“- a curiosa história de Bernarda Angulo, a espanhola que aos 95 anos, em Janeiro de 2007, se converteu na recordista mundial de natação em 50 metros livres (com 1:58’55’’) e 400 metros livres, na sua categoria. Com essa idade, Bernarda nadava todos os dias e saltava de trampolins de 5 metros, animada pela sua filha que praticava saltos. O mais especial é que até aos 45 anos Bernarda não se tinha lançado à água e só começou a competir depois dos 80 anos, o que a levou ainda a participar em competições internacionais. Tambem foi apenas depois dos 50 que lhe concederam a carta de condução. Nem uma operação às cataratas, nem a fractura de uma perna por atropelo de uma moto, nem a fractura da bacia devido a uma queda em 2005, paravam esta atleta da Gran Canária; …
Ou, os feitos únicos de inúmeros grandes desportistas profissionais da actualidade, que sem dúvida levam o seu esforço ao limíte:
- o inigualável jogador de golf Tiger Woods, norte-americano, filho de mãe tailandesa, que no fim do ano 2000, tinha disputado 112 torneios (desde que se tornou profissional em 1996), dos quais logrou 33 vitórias, 12 segundos e 12 terceiros lugares, ficando 79 vezes entre os 10 primeiros classificados. Conquistou 12 torneios no ano 2000, um record histórico; igualou o record de vencedor de 3 dos 4 Grand Slam numa mesma temporada (o outro havia sido conseguido pelo mitico Ben Hogan, em 1953). A atenção que Tiger recebeu dos media superou em 3 a que se deu à sua compatriota, a actriz Julia Roberts. Tiger tornou-se no principal ícono desportivo dos EUA ao destronar Michael Jordan, a lenda viva da NBA (segundo o “Anuario 2000 - Los Hechos”). No inicio de 2008 acumulava 62 vitórias.
- o ciclista americano Lance Armstrong (ver mais em ‘Apêndice’) anterior triatleta que após recuperar de um cancro ganhou o duríssimo Tour de France em bicicleta, 7 vezes consecutivas, entre 1999 e 2005; o italiano Valentino Rossi, corredor de moto GP, que contava, no inicio de 2007, com 86 vitórias nos mundiais de motociclismo, sendo quem mais se aproximou do recordista absoluto, o tambem piloto italiano Giacomo Agostini, que conta no seu curriculum com 122 triunfos em mundiais e 15 títulos mundiais, nesta modalidade;
- o norueguês Ole Bjorndalen, grande campeão de biatlo, que somou 8 medalhas de ouro em campeonatos do mundo (2002, 2003, 2005 e 2007), alem de 6 medalhas de prata e 8 de bronze; 5 medalhas de ouro nos Jogos Olimpicos (1998 e 2002), além de 3 medalhas de prata e uma de bronze. Ole venceu 72 provas da Taça do Mundo de biatlo, sendo o 1º da classificação geral nas edições de 1998, 2003, 2005 e 2006 (2º classificado em 1999, 2000, 2001 e 2004, e 3º classificado em 2002); e, curioso e inédito, detém uma vitória na Taça do Mundo de ski de fundo (ver mais em ‘Apêndice’);
- o feito da sueca Anja Paerson que, com 25 anos, entrou para a história como a primeira atleta a vencer todas as disciplinas de ski alpino. Com o ouro conquistado a 11 de Fevereiro de 2007, somou 7 medalhas de ouro em Mundiais das 5 especialidades: Slalom (St. Anton em 2001); Gigante (St. Moritz em 2003 e Bormio em 2005), Super-gigante (Bormio em 2005 e Are em 2007), Super-combinada (Are em 2007) e Descida (Are em 2007). Mais espectacular se torna esta proeza se tivermos em conta que estes resultados surgiram pouco depois da recuperação de uma intervenção cirurgica ao joelho devido a uma grave lesão causada por uma caída na temporada anterior;
- o novo portento da natação mundial, o americano de Baltimore, Michael Phelps, que em Abril de 2007 conseguio 7 medalhas de ouro (4x100 livres, 200 livres, 200 mariposa, 200 estilos, 4x200 livres, 100 mariposa e 400 estilos, 5 dos quais consituiram tempos record do mundo), nos mundiais de Melbourne, Austrália. Este feito igualou o do legendário Mark Spitz, o americano que aos 22 anos obteve 7 medalhas de ouro (200 mariposa, 4x100 livres, 200 livres, 100 mariposa, 4x200 livres, 100 livres e 4x100 livres, incluindo tambem 5 tempos record do mundo) nos jogos olímpicos de Munique ’72. Mas Phelps foi o único a conseguir 3 medalhas de ouro em 3 mundiais consecutivos (Barcelona 2003, Montereal 2005 e Melbourne 2007), desta feita nos 200 metros estilos, disciplina em que conseguiu a melhor marca mundial de sempre com 1’54’’98.
- a triatleta portuguesa Vanessa Fernandes sagrou-se campeã mundial de triatlo em 2007, ao vencer as provas de Copenhaga, Madrid, Lisboa, Ishigaki (JPN), Gyor (HUN) e Hamburgo (esta em 1h53’27’’ - o tempo mais rápido da temporada). Foi o primeiro título mundial de Vanessa, depois do titulo nacional e europeu. Em Out. 07, Vanessa venceu o Triatlo de Rhodes, na Grecia, conseguindo, aos 22 anos, o seu 19º titulo absoluto e igualando o record de vitórias em provas da Taça do Mundo, detido pela lendária Emma Snowsill. Em Maio 08, voltou a vencer em Lisboa. O próximo objectivo da campeã do Mundo e já pentacampeã da Europa passa por uma medalha nos Jogos Olímpicos de 2008, para os quais está apurada. Falta-lhe apenas um título olímpico para deter todos os títulos da modalidade, no seu impressionante currículo de vitórias em provas da taça do mundo - um feito inédito na história da modalidade em Portugal (ver mais em ‘Apêndice’).
Isto, sem contar com vários recordes de precocidade batidos por crianças de 5 a 11 anos de idade, em provas de maratona (noticiados pelo jornal espanhol ‘Marca’) que, independentemente de qualquer juizo ético, realizaram tempos de fazer inveja a muitos participantes experimentados; Ou ainda, outros recordes curiosos do Guiness:
- a mais longa jornada de windsurf: 8,120 km (5,045 milhas), por Flavio Jardim e Diogo Guerreiro, ambos brasileiros, que viajaram de Chui até Oiapoque, na costa brasileira, entre 17 de Maio de 2004 e 18 de Julho de 2005, na sua ‘Blue Destination Expedition’;
- a maior quantidade de triatlos ‘Ironman’ terminados num só ano: 14, por Jacques Fox, do Luxemburgo, começando na Malásia, em Fevereiro de 2004 e terminando no Hawai, EUA, em Novembro desse ano (esta prova consta de 4,5 km a nadar, 200km em bicicleta e 42 km de corrida);
- a maior distância remada em 24 horas (rio acima e rio abaixo): 263 km (163.42 milhas), por Matthias Auer, Christian Klandt e Olaf Behrend, alemães do DRUM Rowing Club, de Berlim, Alemanha, a 2 e 3 de Agosto de 2003;
- a descida de ski mais longa do mundo (recorde não homologado): do cume do Mount St. Elias (5.489m), EUA, até ao nivel do mar no Alaska, realizada pelos esquiadores extremos de Kitzbühel, os austriaco Axel Naglich e Peter Ressmann, em Agosto de 2007. A expedição envolveu 11 dias de subida e 3 de descida (cerca de 20 km se traçada uma linha recta do cume ao mar) e foi apenas a 13ª a tentar o cume e a primeira a chegar ao pico do “monstro” nos ultimos 5 anos. O próprio Everest, sendo a montanha mais alta, tem o seu cume a 3.500 metros das estepes tibetanas que a rodeiam;
- a mais rápida volta ao mundo em bicicleta: em 195 dias e 6 horas, por Mark Beaumont. Este escocês, qual moderno Phileas Fogg (personagem criado por Julio Verne), celebrou o seu recorde sob o Arco do Triunfo de Paris, onde regressou a 15 de Fevereiro de 2008, depois de percorrer 30.000km e de pulverizar a anterior marca de 276 dias.
- o recorde de velocidade numa bicicleta de série: 210,4km/h, pelo austriaco Markus Stöckl. A marca, de finais de 2007, foi alcançada em 40 segundos de descida vertiginosa, numa pista de neve de 2.000 metros de longitude e 45º de inclinação, em La Parva, nos Andes chilenos. O recorde absoluto de velocidade pertence a Eric Baronè, com 222km/h, numa bicicleta protótipo. Sem resistência ao vento (atrás de uma viatura), no entanto, John Howard atingiu os 245km/h, em 1983, no deserto de Salt Lake (EUA) – a velocidade, pedalando dessa forma, chegou aos 267km/h, em 1993.”

Erros: Várias citações foram alteradas, algumas com a desculpa da tradução. Tal como o nome próprio ‘Everest’ não devia ser alterado para Evereste (porque mesmo em português não pronunciamos o ‘e’ final), também as citações devem ser respeitadas na integra. Na pág. 14 – a citação de Jordi Pons é: “ ... os homens se afastaram das suas terras procurando novas emoções noutros continentes, desconhecidos por eles até então”, e não pretendi alterar uma virgula.
Pág. 132 – onde se lê: Mário Pardo Desce cedo …; deve ler-se “Desde cedo …” e o texto refere-se a Filipe Palma.
Pág. 157 – onde se lê: orgnização do Rali Transportugal; deve ler-se: “… Raid Transportugal”, como o seu organizador, o falecido José Megre, fazia questão que fosse designado.
Pág. 171 – onde se lê: O mergulho de uma maior altitude: (…), mergulharam, saltando de uma altura que ultrapassava os 16000 pés; deve ler-se: “- o mergulho a maior altitude: (…), a mais de 16.000 pés” - estou a falar de mergulho aquático em altitude, não de saltos de avião …!!!
Pág. 172 – onde se lê: em 2001, a mergulhadora francesa Audrey Mestre bateu o recorde feminino de mergulho livre, conhecido como “no limits” (sem auxílio de uma botija de oxigénio ao longo da descida); deve ler-se: “ …‘no limits’ (sem auxílio de balão de ar)” – referia-me ao balão de ar que é transportado para baixo para, depois de aberto, acelarar a subida (ao falar-se de mergulho livre já se subentende a não utilização de ‘botija’; muito menos de oxigénio, que pode ser mortifero em profundidade, e quando muito de gases de mistura).
Contracapa – onde se lê: Escreveu diversos artigos de viagens e colabora nas revistas Volta ao Mundo e Mundo Náutico; o ‘colabora’ devia ser ‘colaborou’, tal como se lê na pág. 235.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Alterações climáticas e eficiência energética

A ONU juntou em Genebra 2500 peritos de todo o mundo na conferência da Organização Meteorológica Mundial para debater o futuro pós-Quioto. Enquanto isso, na cimeira de Tripoli (Líbia) os países africanos definiam uma posição comum para a cimeira de Dezembro em Copenhaga: “os países pobres precisam de receber ajuda, para se adaptarem” (DN, 02.09.09). Um relatório das Nações Unidas estima em 600 mil milhões de dólares (1% do PIB mundial e 30 vezes mais do que está a ser gasto actualmente com o problema) o valor anual necessário pelos países mais atrasados para que adoptem as tecnologias que permitem reduzir os gases que provocam o efeito de estufa, “responsáveis pela perturbação do clima do planeta”. Os autores defendem um “apoio maciço”, sob a forma de investimento a nivel mundial, para conseguir um crescimento sustentável e mais “limpo”.
Ao mesmo tempo, no Nepal, os países dos Himalaias discutem os riscos das alterações climáticas para os glaciares de montanha. Este é também o alerta que o projecto Ice Care pretende disseminar (http://icecare.blogspot.com/). A próxima expedição, aos glaciares do Kilimanjaro em África, está programada para coincidir precisamente com o início da cimeira de Copenhaga.
Entretanto, a revista Dirigir (2º trimestre 09) assinalava várias ‘ideias verdes’ e ‘tendências’ cujo deselvolvimento pode contribuir para atenuar o paradigma do século – “melhorar a qualidade de vida sem destruir o meio ambiente nessa tentativa” (NG 2008, ‘El pulso de la Tierra’): um aeroporto de Liverpool pretende experimentar uma tecnologia inovodora, reciclando o ar expirado pelos passageiros e convertendo-o em biocombustivel a usar por veículos a diesel; uma empresa desenvolveu o conceito ‘solar road panels’, para pavimentar estradas de forma a captar e armazenar energia solar para fornecer a unidades comerciais e residenciais (www.greencarcongress.com/2009/02/solarroadways.html); investigadores descobriram uma forma de produção de hidrogénio à temperatura ambiente utilizando aglomerados de alumínio (http://feedproxy.google.com/~r/SiteinovacaoTecnologica/~3/AVwrWUDdlGo/noticia.php). Os EUA delinearam programas de eficiência energética que, se aplicados, levariam a uma redução de 22% na taxa de crescimento da utilização de energia em 2030; em 2005 o governo sueco realizou um estudo visando o fim da sua dependência do petróleo (http://www.leonardo-energy.org/call-oil-independence-–-highligts-needenergy-efficiency). Recentemente também a “Eslovénia anunciou que 2/3 do seu território são área protegida, e as ilhas Maldivas anunciaram o abandono total do uso de energias fósseis” (excerto do meu novo livro ‘Os novos exploradores e a aventura dos sentidos’).