domingo, 25 de outubro de 2009

350 ...

Nada tem a ver com o filme ‘300’, mas tem a ver com ‘guerreiros’ … Este dia 24 de Outubro, foi marcado por mais de 5.000 ‘Acções Climáticas’ em todo o mundo. ‘350’ é o limíte seguro da concentração de carbono na atmosfera e foi esse número que os participantes nas referidas ‘acções climáticas’ quiseram recordar aos politicos e governos (e cidadãos em geral) para os sensibilizar antes de assinarem os acordos de Copenhaga, na próxima cimeira de Dezembro. Enquanto isso, a terceira ‘geração Belmiro’, finalmente, preocupa-se com a redução das desigualdades sociais (capa de uma revista desta semana). São dois aspectos que colidem e constituem o novo paradigma do século para a humanidade – “melhorar a qualidade de vida sem destruir o meio ambiente nessa tentativa”.
Estou a ler a ‘Maravilhosa Aventura da Vida’, de Clara Pinto Correia. Doutorada em biologia celular, Clara fala com humor e rigor científico dos mistérios das nossas origens e de fenómenos curiosos da aventura da vida (as palavras que me levaram a comprar o livro – o meu novo livro chama-se ‘Os novos exploradores e a aventura dos sentidos’ e aborda transversalmente estes temas). Um livro divertido e fundamental, que questiona o leão como rei da selva, mostra a orquídea como uma especialista da adaptação, e demonstra toda a sensibilidade ao analisar o modo como o Homem está a afectar o planeta Terra. Diz ela: “Esta nossa tendência para aprendizes de feiticeiro que provoca resultados adversos quando menos se espera requer urgentemente uma pausa para pensarmos na forma inconsequente e arrogante como lidamos com o nosso planeta. Estamos permanentemente a testar até onde é que podemos ir, e cada vez recebemos mais avisos de que isso só vai dar-nos cabo da vida”. Assim introduzia um tema em que descreve como Mário Molina, um Nobel da Química, descobriu que os CFC afectavam a camada de ozono e concluiu que “o mundo vai acabar”, e como foi necessário o filme ‘Verdade Inconveniente’ de Al Gore para lançar o alerta geral sobre o problema, apesar de os cientistas já falarem do assunto há bastante mais tempo.
Também o projecto Ice Care pretende reforçar esta mensagem, e a expedição Kilimanjaro 09 está aí para o demonstrar. De 4 a 15 de Dezembro, passarei 3 dias com os Maasai, no Quénia, absorvendo as experiências e dificuldades daquela tribo que sofre com sucessivas secas, para depois subir ao cume do Kilimanjaro (5.895m) e medir o seu glaciar em acelerada regressão. Acompanhantes são bem-vindos (mais em http://icecare.blogspot.com/ e http://www.papa-leguas.com/index.cfm?sec=0101000000&ViagemID=136).