terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Aventura ao Maximo - os novos exploradores lusos

AVENTURA AO MÁXIMO – Os Novos Exploradores Lusos


Trata-se de um livro que reune várias histórias de grandes viagens de exploração e aventura. O objecto principal de análise são os casos de portugueses. Começa com um capítulo (3) dedicado a histórias dos protagonistas que mais marcaram o periodo dos Descobrimentos. Seguem-se referências aos grandes exploradores de África do final do séc. XIX, aos conquistadores dos Pólos, do inicio do séc. XX, e às conquistas aéreas de meados desse século – capítulo 4 (as conquistas da alta montanha são integradas na descrição do ‘meio’, desenvolvido no capítulo 7). Depois, recordo alguns casos de façanhas desportivas da actualidade, para logo desenvolver as grandes histórias de aventura que a marcam (capítulo 5, subdividido em ‘Grandes feitos’ e ‘Vidas dedicadas à aventura’). O capitulo 6 é dedicado exclusivamente ao desenvolvimento de histórias actuais dos portugueses que mais se destacaram pelas suas façanhas. No final, dedico ainda um capítulo (7) à descrição do meio ambiente onde se deram essas grandes historias, e a algumas competições que as permitiram.

O objectivo dos textos é dar a conhecer, de um modo resumido, factual e sistematizado, a vida de personagens que dedicaram a sua vida (ou parte dela) a atingir um determinado objectivo pessoal de dificuldade extrema, do ponto de vista físico e psicológico. O livro poderá constituir uma base de referência importante, uma boa fonte de consulta de dados e até um exemplo didáctico, para alunos, para curiosos e todos os que planeiam viagens (de aventura ou não), e para os que estudam ou aplicam a força da motivação humana …

A determinação destes ‘herois’ perante dificuldades, por vezes avassaladoras, sai aqui realçada. As suas experiências são transmitidas na primeira pessoa (resultado de entrevistas realizadas desde Agosto de 2007, no caso de alguns portugueses). Incluo frases impactantes que exprimem bem as emoções vividas e, por vezes, revelam tambem a grandeza de espírito destes aventureiros.

- Informações sobre o livro: é constiuido por 190 páginas A4 e inclui algumas dezenas de fotografias dos protagonistas a que é feita referência; são 7 capítulos, um ‘apêndice’ (com um resumo geral de feitos, por ordem cronológica, e informação mais detalhada dos ‘curricula’ de algumas pessoas referidas) e uma listagem das fontes consultadas.

- Para informações sobre o autor: ver ultima página.

- Para mais informações contactar:
José Tavares;
e-mail: wild-side@clix.pt;
tm: 93 8608797

- Segue um resumo nas páginas seguintes:


Aventura ao Máximo
Os Novos Exploradores Lusos

... Mas sobretudo, gostaria de dedicar este livro a todos aqueles que se atreveram a idealizar e a tentar realizar algum projecto de exploração e aventura, independentemente da sua envergadura e de o ter conseguido ou não terminar com êxito, porque, especialmente no nosso país, o poder planear e dar início a um qualquer projecto deste tipo continua a constituír, só por si, um complicado desafío. Dedico-o, em especial, à memória daqueles que faleceram durante essa tentativa, como foi o caso do companheiro Bruno Carvalho, desaparecido nas montanhas dos Himalaias.


Aventura ao Máximo
Os Novos Exploradores Lusos

1 - Introdução

2 – Os primeiros aventureiros

3 - Os Descobrimentos

4 - Viajens e Aventuras noutras épocas

5 - Actualidade

- Recordes e outras histórias

- Grandes feitos

- Vidas dedicadas à aventura

6 - Os portugueses

- Resumo de feitos

- As histórias

7 – Actividades e seu Meio

- Apêndice

- Fontes consultadas



1 - Introdução

“One crowded hour of glorious life is worth an age without a name”*
Walter Scott

Alguem disse que “a vida é uma aventura”. Se assim é, então todos nós que vivemos somos aventureiros. Mas, há alguns que não se contentam com a ‘aventura da vida’ e procuram um pouco mais ... Buscam mais aventura do que aquela que a vida por si só (como se fosse pouca!) lhes oferece. Mas esta aventura que procuram é de um tipo diferente. Envolve mais risco. Um risco fisico mais elevado ou um ‘risco de vida’ assumido, ainda que controlado, até certo ponto. Há quem procure nela a fama ou a fortuna, ou um fogaz momento de glória, como expõe Walter Scott …, e há quem simplesmente viva para ela, procurando esses breves momentos de felicidade “que justificam uma vida”**. Se há quem diga que é “um modo de vida”, há tambem quem justifique dizendo que necessita sentir a adrenalina com mais frequência, e procure esse ‘extra’ na aventura do desconhecido. … o Homem não conhece os seus limites! Como disse o escritor inglês Charles Dickens (1812-1870), “O Homem nunca sabe aquilo de que é capaz, até que o tenta”.

Aventura, segundo um diccionário português, é uma “acção arriscada, perigosa ou fora do comum; acontecimento extraordinário ou imprevisto; acaso; sorte; perigo; deriva do latim adventúra, «coisas que estão para vir»”. Num sentido quase poético, segundo Jordi Pons, professor da Escola Espanhola de Alta Montanha, “aventura é tudo aquilo que é desconhecido, mas que enriquece o nosso espirito e nos liberta da dúvida, que frequentemente é a fronteira entre o desejo e a realidade” e só assim se explica que “os homens se afastaram das suas terras procurando novas emoções noutros continentes, desconhecidos por eles até então”.

O Dr. Munro Cullum, professor de psiquiatria e neurologia, e chefe da divisão de psicologia do UT Southwestern Medical Center, dos Estados Unidos, tentou explicar, numa entrevista de Leslie Garcia, no Dallas News, porque é que todos nós necessitamos de aventura. Segundo ele, “o sentimento de aventura é tão individual como os traços faciais (…) a maioria da população não procura situações ‘extremo’ para se reencontrar com as suas emoções. Mas alguns procuram activamente aquele pequeno componente extra de risco, um estimulo adicional que a pessoa ‘comum’ pode conseguir de um nivel muito mais baixo de ameaça. Ou seja, enquanto a maioria dos nossos cérebros estão interligados para ter uma descarga de adrenalina por tocar campaínhas e fugir ou por fazer ‘cavalinhos’ numa bicicleta, os de outro grupo, mais reduzido, estão ligados para procurar outra faceta da aventura”. Muitas eram as ...
________

* ‘uma hora agitada de vida gloriosa vale toda uma vida sem nome’ (tradução do autor)
** pelo jornalista Miguel Calado Lopes, sobre a chegada de João Garcia ao cume do Everest


Os grandes aventureiros portugueses da actualidade (no capítulo 6) são quem dá o corpo principal a este livro, e as suas façanhas, de certo modo, trazem de volta as memórias das gestas realizadas pelos primeiros verdadeiros aventureiros, nos longinquos tempos dos Descobrimentos. Este periodo da história de Portugal (para não referir outras épocas nas quais decorreram acções com fins bélicistas que seguramente originaram outro tipo de aventuras como, por exemplo, as ‘Cruzadas’), poderá ser considerado o primeiro periodo de que há registo, em que se sucederam grandes aventuras de portugueses, dignas de serem (re)lembradas.

….


2 – Os primeiros aventureiros

“The fool wonders, the wise man travels”
Thomas Fuller*

As primeiras referências a grandes exploradores e a viagens de aventura e descoberta surgem dos tempos de povos como os fenícios e os egípcios, os vikings ou os polinésios.


6 - Os portugueses

“Vive devagar e parte depressa”
Miguel Sousa Tavares*

Depois das histórias de ‘Grandes feitos’ (no capítulo anteior), cabe a vez dos portugueses. Entre estes, sobretudo nas ultimas décadas, tambem se destacaram pessoas que levaram a cabo grandes viagens de exploração e aventura … Segue uma cronologia de alguns feitos portugueses, desde a época dos Descobrimentos, e logo depois, um desenvolvimento de histórias mais actuais.

► Resumo de feitos (por ordem cronológica)

1416 – o infante D. Henrique ordena a primeira viagem de exploração maritima (pág. 8);
1427 – o navegador Diogo de Silves descobre as ilhas dos Açores (pág. 8);
1434 – o navegador Gil Eanes passa o cabo Bojador (pág. 8);
1472 – o navegador João Corte-Real chega à Terra Nova (pág. 16);
1483 – o navegador Diogo Cão explora grande parte do litoral africano (pág. 10);
1488 – o navegador Bartolomeu Dias, passa por primeira vez o cabo da Boa Esperança; enquanto o viajante Pêro da Covilhã chega a Adem e a Calecute por terra (pág. 10);
1498 – o comandante Vasco da Gama descobre o caminho maritimo até à India (pág. 12);
1500 – o comandante Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil; o comandante Diogo Dias descobre a ilha de Madagáscar (pág. 13); o navegador-aventureiro Gaspar Corte-Real navega pela Terra Nova;
1513 – o negociante e aventureiro Jorge Álvares inicia uma ligação comercial entre China e Malaca (pág. 15);
1519 – o navegador Fernão Magalhães, inicia a viagem de circum-navegação (pág. 14);
1537 – o aventureiro Fernão Mendes Pinto inicia a sua viagem de 21 anos pelo e oriente (pág. 17);
1543 – o aventureiro Francisco Zeimoto, é um dos primeiros ocidentais a chegar ao Japão, acompanhado de Peixoto e Mota (pág. 18);
1793 – o Dr. Alexandre R. Ferreira termina uma exploração científica do Brasil;
1798 – o Dr. Lacerda e Almeida morre no Cazembe ao tentar a primeira travessía de Moçambique para Angola;
1806 – o tenente-coronel Francisco Honorato da Costa tenta a travessia de África de oeste para este; os seus homens chegam ao Tete em 1811;
1831 – Correia Monteiro e António Gamito organizam expedição em África;
1838 – o explorador Silva Porto instala-se em Angola e explora profundamente o sertão africano (pág. 22);
1846 – Rodrigues Graça lidera expedição em África;
1847 – Bernardino José Brochado comanda nova expedição em África;
1854 – Caetano Ferreira organiza expedição em África;
1866 – o zoólogo José de Anchieta inicia uma longa exploração cientifica em Angola;
1877 – o explorador Serpa Pinto viaja pelo interior de África por 2 anos (pág. 23);
1877 – os exploradores Capelo e Ivens aventuram-se pelo interior africano
durante 3 anos (pág. 25); em 1884 cruzam África por uma nova rota;
1882 – o capitão Artur de Paiva explora o limite sul de Angola;
1885 – Henrique de Carvalho passa dois anos nos sertões de África;
1890 – o explorador Paiva Couceiro conduz uma expedição pelo rio Cubango;
1909 - o piloto aviador Oscar Blank é o primeiro português a obter o brevet internacional;
1922 – os aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral atravessam o Atlântico Sul em avião, por primeira vez (pág. 34);
1934 – o piloto aviador Carlos Bleck voa a solo, de Portugal a Goa (pág.36);
1954 – o nadador Batista Pereira vence a travessía do Canal da Mancha a nado (pág. 93);
1962 – o nadador José Freitas bate o record da travessia do Estreito de Gibraltar, com 3h04’ (pág. 137);
1987 – o viajante Henrique Moraes percorre durante um ano vários países da América do Sul (pág. 94);
1989 - o velejador João Cabeçacas, a bordo do ‘Esprit de Liberté’, conquista a famosa Whitbread - actual Volvo Ocean Race (pág. 173);
1991 – o montanhista Gonçalo Velez é o primeiro a chegar a um cume de oito mil metros, o Annapurna – 8.091m (pág. 95); o velejador Manuel Gomes Martins termina a sua viagem de circu-navegação, em solitário (pág. 127);
1994 – o montanhista Pedro Pacheco é o primeiro a tentar o cume do Everest, nos Himalaias, e a chegar ao cume do Aconcágua, nos Andes (pág. 95);
1995 – Costa Motta e um grupo de aventureiros realizam uma expedição em kayak pelo circulo polar Norte (pág. 108); Samuel Lopes descola em parapente do cume do Toubkal, em Marrocos (pág. 98); António Malvar realiza a sua primeira travessia dos Pirinéus em btt, dando inicio a uma série de muitas mais (pág. 101); os aventureiros Albano, Baptista e Goulão chegam a Maputo em jipe (pág. 96);
1997 – o aventureiro do todo-terreno, João Paulo Lopes, coordena a selecção dos participantes portugueses na prova Camel Trophy - tambem em ‘98 (pág. 94);
1999 – o montanhista João Garcia atinge o cume do Everest (pág. 118);
2000 – a motard Elizabet Jacinto conclui o rali Dakar-Cairo, vencendo a Taça de Senhora - em 2001 termina de novo (pág. 114);
2001 – os aviadores Marco Melo e Bruno Alves participam na Grande Corrida Aérea Londres-Sidney (pág. 99); o escalador Paulo Roxo alcança uma marca de dificuldade nos Alpes (pág. 98);
2002 – o viajante e surfista Gonçalo Cadilhe, inicia a sua volta ao mundo de 2 anos (sem utilizar aviões) e em 2006 sobe o continente africano (pág. 112);
2004 – a ex-motard Elisabete Jacinto torna-se na primeira mulher a terminar o rali Paris-Dakar em camião (pág. 114);
2005 – o aventureiro Filipe Palma percorre 80 km em kayak pela Antártida depois de, em 1999-2000, ter viajado à volta do mundo com a sua bicicleta (pág. 103);o base jumper Mário Pardo, salta da ponte 25 de Abril com 2 seg. para abrir o pára-quedas (pág. 102); o skysurfer José Veras é eleito ‘atleta do ano’ ao tornar-se hexa-campeão nacional (pág. 104); o kayaker Rui Calado é campeão nacional de kayak surf, depois de descer mais de 120 rios de águas bravas (pág. 105);
2006 – a montanhista Daniela Teixeira, torna-se na 1ª portuguesa a atingir um cume acima dos 8 mil metros - Cho Oyu, 8.201m (pág. 106); o viajante Nuno Pedrosa inicia a sua travessia de 25.000 km em bicicleta, pelas Américas (pág. 130); os nadadores Nuno Vicente, Duarte Mendonça e Miguel Arrobas nadam 25km entre a Madeira e as ilhas Desertas (pág. 93); os espéleologos Samuel Ribeiro e Fernando Pinto, estabelecem o record nacional de profundidade em 1200m, no México (pág. 105); o major Vitor Amaro lidera equipa de 2 ultraleves em voo de Lisboa a Timor-Leste (pág. 105);
2007 - a triatleta portuguesa Vanessa Fernandes sagra-se campeã mundial de triatlo e iguala o record de 19 vitórias em provas da Taça do Mundo (pág. 47); o motard Gonçalo Mata percorre 34.000 km de Buenos Aires-Ushuaia-Nova Iorque, durante 7 meses (pág. 107);


Sobre o autor

José Diogo Giraldes Tavares (Lisboa, 07.07.1967), licenciado em Organização e Gestão de Empresas (ISCTE) e pós-graduado em Marketing Internacional (na Alemanha), dirigíu o departamento de grupos e incentivos na Portitours, em Portimão, e foi consultor de desenvolvimento organizacional na Egor Consulting. Nestas funções foi responsável pela organização de inumeros eventos, destacando o ‘Challengers Trophy’ (com a Egor). Esteve ligado às áreas de animação turistica e desporto aventura desde 1994, tendo fundado o Clube Expedição e dirigido a empresa Active Outdoors – Animação e Aventura. Até 2004, foi monitor de canoagem, de orientação e guia de média montanha, e o responsável pela organização de outros eventos desportivos, entre os quais os raides Peniche-Berlengas em kayak (1995 e 1997), a descida do rio Minho em autonomia … Desde 2004, trabalha como instructor de ski titulado, em Espanha e Argentina.

Do seu curriculum desportivo, fazem parte as participações em diversas provas de natação, triatlo, maratona, canoagem e corridas de aventura (destacando os 141 km da ‘IX Volta à Madeira em Kayak’ e o 7º tempo nos 500 km do ‘Desafio de los Volcanes’, nos Andes, em 2005). Entre outras viagens e expedições, remou em kayak de Lisboa a Sagres (7 dias, em solitário), atravessou a Floresta Negra e os Andes, subio aos mais altos cumes da Europa, África e América (nas cordilheiras dos Pirinéus, Alpes, Caucaso e Andes) e a diversos vulcões. Em 2004, realizou uma volta ao mundo num navio, durante 6 meses, visitando mais de 40 países e territórios. Escreveu inumeros artigos sobre viagens, tendo alguns sido publicados em revistas como: Expansão, Volta ao Mundo, Mundo Náutico, Pagaia, Noticias do Mar, Bike Magazine e SportLife.

Entre os seus projectos, contam-se: subir o cume da montanha mais alta de cada país da Europa (faltam-lhe apenas alguns dos mais baixos); subir ao cume de inumeros vulcões do mundo (conta com 10, de momento); percorrer a cadeia montanhosa dos Andes, subindo a cerca de 20 cumes, dos quais 10 a mais de 6.000 metros (projecto dedicado a contribuir para a consciência da saúde do coração, realizando apresentações em escolas); atravessar o oceano Atlântico a remos (já em preparação e dedicado a difundir uma mensagem de alerta para as ‘Alterações Climáticas’ e a necessidade de utilizar energias alternativas e cuidar do ambiente).